Entardecer

As nuvens são ouro

quando o sol se esconde

e doura a pele do dia.

O céu se diverte

pintando o fim da tarde

com luzes dançantes

na praia deserta.

Há calma no céu

e volúpia no mar.

Um olho nas nuvens

é um anjo que passa, 

a sorte não existe

é só o fim do dia.

Sol desaparece

detrás da montanha

há luzes no céu

que vão se estendendo,

e assim se enrubesce

o fogo crepuscular.

Ainda um claro-escuro

por alguns momentos

enquanto o céu se aquece,

o sol desaparece

e a noite pode vir.


Categoria: Versos

Postado em: 20 de março de 2021, às 08h29 | Publicação original: outubro de 2007
Atualizado em: 14 de julho de 2021, às 16h11

M. A. Matos de Melo

Sobre mim

Sou Maria Auxiliadora Matos de Melo, Brasileira, viúva, nascida em Sete Lagoas (MG) em uma manhã de 10 de Abril da década de 40. Não tenho a pretensão de aqui estabelecer uma discussão filosófica sobre quem sou, apenas levar àqueles que me derem a honra da leitura dos meus escritos um pouco de informação sobre a minha pessoa, meus afazeres e prazeres, enfim, algo de mim.

Desde a minha mais tenra infância, e por influência da família materna, senti muito forte a presença da Literatura e da Arte em minha vida. A casa da minha avó materna era um verdadeiro ponto de encontro de pessoas com múltiplos talentos que, atraídos pela educação refinada e beleza intelectual da proprietária, ali se reuniam, nas quase noites dos finais de semana para uma troca de conhecimentos e informações sobre o que acontecia na Literatura, na Música, no Teatro, enfim, eram autênticos saraus, como se dizia, na época.

Foi nesse ambiente que cresci e, muito cedo, tornei-me aficionada da Poesia, do Conto, da Música, ou seja da Arte em todas as suas manifestações, e deixava, com prazer, as bonecas para me assentar em um canto da grande sala e desfrutar daquelas ideias novas e visão de mundo, no que se tornou um Círculo Literário e Artístico, frequentado por nomes que, posteriormente, se tornaram reconhecidos no cenário mineiro e nacional, como o escritor e filólogo Carlos Góes, cuja irmã praticamente morava na casa de minha avó, o músico Mozart Bicalho, grande violonista que alegrava com sua interpretação impecável aquelas tardes, e alguns militantes do Teatro mineiro, que também ali aportavam. Nesse ambiente, desenvolvi a minha paixão pela Poesia e pelas Artes em geral. Comecei a escrever, timidamente, alguns poemas que foram posteriormente transformados em livros, por iniciativa de amigos meus que militavam na área literária.

Essas duas publicações escolhidas, revisadas, ilustradas e enviadas ao prelo por esses dois grandes amigos, foram retiradas em parte de Crônicas e Poemas antes publicados nos diversos Órgãos de Imprensa da nossa cidade, onde fui colaboradora por muitos anos, através de uma Coluna semanal e de um Suplemento Literário que por algum tempo organizei e publiquei também semanalmente.

Quando decidi voltar aos estudos e à vida acadêmica, realizei um desejo antigo de militar na Psicologia. Graduei-me e exerci por algum tempo a Psicologia Clínica, cujos resultados muito me gratificaram, até que o meu trabalho como dirigente de empresa exigiu-me maior dedicação e tive que paralisar, pelo menos temporariamente o exercício da Clínica, ao qual algum dia pretendo voltar, pois, na medida do possível, continuo me informando e participando de atualizações como especialização em atendimento a crianças e adolescentes, minha segunda opção profissional.

Hoje, por sugestão de meu filho, volto à escrita para não perder a trilha da Literatura, nessa nova modalidade de mídia que a vida moderna nos oferece. Espero chegar às pessoas como anteriormente fazia nos Jornais da cidade e levar aos caros leitores um pouco da minha experiência de vida e do meu pensar.