Alegria também se compartilha

Apesar de todas as religiões pregarem, apesar de filósofos e pensadores concluírem, apesar dos líderes espirituais sugerirem, apesar de Cristo, apesar de Buda, apesar de Ghandi e tantos outros apóstolos da paz, o mundo continua coberto de violência, de desarmonia, de miséria, de infelicidade.

Isto porque é necessário que cada um se conscientize de que todos somos irmãos, filhos do mesmo Pai e que não basta dividir apenas o pão e o produto do trabalho entre os homens. Mais do que isto, é necessário dividir a nossa alma.

Se nos alegrarmos realmente com o êxito, o sucesso, o enriquecimento e a felicidade alheios, aí sim, estaremos dividindo o nosso espírito e como consequência estaremos aumentando infinitamente os motivos da nossa própria felicidade, da nossa alegria interior.

O homem não poderá ser feliz, ou terá muita pouca oportunidade de conquistar a sua própria felicidade, se se encerrar nos rígidos limites do “eu”, se só se preocupar com o “meu”.

A partir do momento em que abrir seus limites para o “nosso”, as suas chances e seus horizontes se ampliarão até o infinito.

É necessária a compreensão de que nós somos o que os nossos sentimentos nos conduzem a ser. Tudo parte de nós e volta a nós. Não podemos, por conseguinte, deixar que acontecimentos, circunstâncias, pessoas, ou fatos negativos e que por vezes nos cercam, interfiram na nossa disposição de encarar a vida com amor, com alegria e com vontade de que todos se unam na busca da felicidade, da harmonia e da paz.

É necessário também que olhemos o mundo a nossa volta com boa vontade, com alegria e com disposição de fazer alguma coisa que esteja ao nosso alcance, para torná-lo melhor não só para nós mesmos como para todos os que estão próximos, pois na realidade, tudo o que vemos à nossa volta é uma projeção da nossa mente, dos nossos pensamentos e sentimentos.

Ora, se projetarmos para fora de nós e para os que nos rodeiam sentimentos de paz, alegria, de amor e felicidade, estaremos nos assegurando melhores chances de realizações positivas já que nosso espírito também se tornará tranquilo, equilibrado pela autoconfiança e pela certeza de que o mal não nos poderá atingir uma vez que ele não foi espalhado a nossa volta.

A cada pensamento e a cada palavra que dirigimos a terceiros devemos cuidar que sejam portadoras de uma mensagem de fé, de alegria, de sabedoria, harmonia e beleza para que vivifiquem os nossos semelhantes, valorizando aquilo que cada um tem de positivo ao invés de sermos eternos juizes das suas ações, menosprezo e ferindo seja lá quem for.

Compartilhar a nossa alegria e a nossa felicidade nos fará tanto mais alegres e felizes quantos são aqueles com quem distribuímos nossos sentimentos mais positivos.


Categoria: Crônicas

Postado em: 31 de janeiro de 2021, às 17h33 | Publicação original: julho de 1991
Atualizado em: 01 de fevereiro de 2021, às 12h20

M. A. Matos de Melo

Sobre mim

Sou Maria Auxiliadora Matos de Melo, Brasileira, viúva, nascida em Sete Lagoas (MG) em uma manhã de 10 de Abril da década de 40. Não tenho a pretensão de aqui estabelecer uma discussão filosófica sobre quem sou, apenas levar àqueles que me derem a honra da leitura dos meus escritos um pouco de informação sobre a minha pessoa, meus afazeres e prazeres, enfim, algo de mim.

Desde a minha mais tenra infância, e por influência da família materna, senti muito forte a presença da Literatura e da Arte em minha vida. A casa da minha avó materna era um verdadeiro ponto de encontro de pessoas com múltiplos talentos que, atraídos pela educação refinada e beleza intelectual da proprietária, ali se reuniam, nas quase noites dos finais de semana para uma troca de conhecimentos e informações sobre o que acontecia na Literatura, na Música, no Teatro, enfim, eram autênticos saraus, como se dizia, na época.

Foi nesse ambiente que cresci e, muito cedo, tornei-me aficionada da Poesia, do Conto, da Música, ou seja da Arte em todas as suas manifestações, e deixava, com prazer, as bonecas para me assentar em um canto da grande sala e desfrutar daquelas ideias novas e visão de mundo, no que se tornou um Círculo Literário e Artístico, frequentado por nomes que, posteriormente, se tornaram reconhecidos no cenário mineiro e nacional, como o escritor e filólogo Carlos Góes, cuja irmã praticamente morava na casa de minha avó, o músico Mozart Bicalho, grande violonista que alegrava com sua interpretação impecável aquelas tardes, e alguns militantes do Teatro mineiro, que também ali aportavam. Nesse ambiente, desenvolvi a minha paixão pela Poesia e pelas Artes em geral. Comecei a escrever, timidamente, alguns poemas que foram posteriormente transformados em livros, por iniciativa de amigos meus que militavam na área literária.

Essas duas publicações escolhidas, revisadas, ilustradas e enviadas ao prelo por esses dois grandes amigos, foram retiradas em parte de Crônicas e Poemas antes publicados nos diversos Órgãos de Imprensa da nossa cidade, onde fui colaboradora por muitos anos, através de uma Coluna semanal e de um Suplemento Literário que por algum tempo organizei e publiquei também semanalmente.

Quando decidi voltar aos estudos e à vida acadêmica, realizei um desejo antigo de militar na Psicologia. Graduei-me e exerci por algum tempo a Psicologia Clínica, cujos resultados muito me gratificaram, até que o meu trabalho como dirigente de empresa exigiu-me maior dedicação e tive que paralisar, pelo menos temporariamente o exercício da Clínica, ao qual algum dia pretendo voltar, pois, na medida do possível, continuo me informando e participando de atualizações como especialização em atendimento a crianças e adolescentes, minha segunda opção profissional.

Hoje, por sugestão de meu filho, volto à escrita para não perder a trilha da Literatura, nessa nova modalidade de mídia que a vida moderna nos oferece. Espero chegar às pessoas como anteriormente fazia nos Jornais da cidade e levar aos caros leitores um pouco da minha experiência de vida e do meu pensar.