A volta às origens
Todos nós, seres humanos, temos uma necessidade psíquica de voltarmos sempre às nossas origens.
Daí a volta à terra natal, à casa paterna, a nostalgia da infância, à lembrança terna ou saudosa dos antepassados e até mesmo a atração e o fascínio que exercem sobre nós a terra e as águas. Tudo isto pode ser facilmente explicável como um desejo de retorno ao princípio.
Mas, o princípio de tudo mesmo é a luz, de onde o espírito, que nos orienta e nos conduz sempre ao encontro do Criador de todas as coisas, a Suprema Energia que preside a todas as manifestações de vida no universo.
Esta teoria, vem contradizer a todo o materialismo que, infelizmente, estamos vendo florescer como base da educação moderna que de há muito vem abolindo a idéia da "formação do valor humano" tomando-se como ponto de vista de que é suficiente elevar-se a eficiência técnica.
Partindo-se do princípio de que o homem é apenas matéria e de que a sua existência não tem um valor eterno e sim efêmero, que após a morte haverá apenas o retorno ao pó, que valor teria a vida humana?
Ao observarmos a ânsia com que se atira o homem moderno na busca de prazeres e realizações materiais e físicas sentimos os efeitos destrutivos da educação nos nossos dias que tem levado principalmente a juventude a uma atitude materialista frente à vida e à negação dos valores espirituais e eternos.
Se não nos educarmos para uma visão correta do homem como auto-realização do Criador, como um fato sublime, divino e maravilhoso o seu nascimento e a sua origem, é certo que deixará de existir a esperança, o ideal e a própria razão de viver na face da terra.
Categoria: Crônicas
Postado em: 07 de fevereiro de 2021, às 08h59 | Publicação original: janeiro de 1991
Atualizado em: 11 de fevereiro de 2021, às 08h48
M. A. Matos de Melo
Sobre mim
Sou Maria Auxiliadora Matos de Melo, Brasileira, viúva, nascida em Sete Lagoas (MG) em uma manhã de 10 de Abril da década de 40. Não tenho a pretensão de aqui estabelecer uma discussão filosófica sobre quem sou, apenas levar àqueles que me derem a honra da leitura dos meus escritos um pouco de informação sobre a minha pessoa, meus afazeres e prazeres, enfim, algo de mim.
Desde a minha mais tenra infância, e por influência da família materna, senti muito forte a presença da Literatura e da Arte em minha vida. A casa da minha avó materna era um verdadeiro ponto de encontro de pessoas com múltiplos talentos que, atraídos pela educação refinada e beleza intelectual da proprietária, ali se reuniam, nas quase noites dos finais de semana para uma troca de conhecimentos e informações sobre o que acontecia na Literatura, na Música, no Teatro, enfim, eram autênticos saraus, como se dizia, na época.
Foi nesse ambiente que cresci e, muito cedo, tornei-me aficionada da Poesia, do Conto, da Música, ou seja da Arte em todas as suas manifestações, e deixava, com prazer, as bonecas para me assentar em um canto da grande sala e desfrutar daquelas ideias novas e visão de mundo, no que se tornou um Círculo Literário e Artístico, frequentado por nomes que, posteriormente, se tornaram reconhecidos no cenário mineiro e nacional, como o escritor e filólogo Carlos Góes, cuja irmã praticamente morava na casa de minha avó, o músico Mozart Bicalho, grande violonista que alegrava com sua interpretação impecável aquelas tardes, e alguns militantes do Teatro mineiro, que também ali aportavam. Nesse ambiente, desenvolvi a minha paixão pela Poesia e pelas Artes em geral. Comecei a escrever, timidamente, alguns poemas que foram posteriormente transformados em livros, por iniciativa de amigos meus que militavam na área literária.
Essas duas publicações escolhidas, revisadas, ilustradas e enviadas ao prelo por esses dois grandes amigos, foram retiradas em parte de Crônicas e Poemas antes publicados nos diversos Órgãos de Imprensa da nossa cidade, onde fui colaboradora por muitos anos, através de uma Coluna semanal e de um Suplemento Literário que por algum tempo organizei e publiquei também semanalmente.
Quando decidi voltar aos estudos e à vida acadêmica, realizei um desejo antigo de militar na Psicologia. Graduei-me e exerci por algum tempo a Psicologia Clínica, cujos resultados muito me gratificaram, até que o meu trabalho como dirigente de empresa exigiu-me maior dedicação e tive que paralisar, pelo menos temporariamente o exercício da Clínica, ao qual algum dia pretendo voltar, pois, na medida do possível, continuo me informando e participando de atualizações como especialização em atendimento a crianças e adolescentes, minha segunda opção profissional.
Hoje, por sugestão de meu filho, volto à escrita para não perder a trilha da Literatura, nessa nova modalidade de mídia que a vida moderna nos oferece. Espero chegar às pessoas como anteriormente fazia nos Jornais da cidade e levar aos caros leitores um pouco da minha experiência de vida e do meu pensar.